Aula 01 - Value Investing de Buffett
Entenda o que é Value Investing e como Warren Buffett transformou essa filosofia em uma das estratégias mais seguras e rentáveis do mercado. Aprenda a diferença entre preço e valor, o conceito de margem de segurança de Benjamin Graham, e por que investir em empresas excelentes dá mais retorno no longo prazo.
VALUE INVESTING
Marcos Roberto Pinto
3/31/20252 min read
Introdução
O investidor comum compra ações pensando em preço. Warren Buffett compra pensando no negócio por trás do ticker.
Essa é a base do Value Investing — uma filosofia que busca investir em empresas de valor real, não em modismos de mercado. Criada por Benjamin Graham e aperfeiçoada por Warren Buffett, essa estratégia continua sendo, até hoje, uma das formas mais sólidas e comprovadas de investir com segurança e retorno.
Nesta aula, você vai aprender:
O que é Value Investing segundo Graham
Como Buffett mudou (e melhorou) essa filosofia
E por que ela continua funcionando no mundo real
O que é Value Investing?
Value Investing é a prática de comprar ações de empresas que estão sendo negociadas abaixo de seu valor real (ou valor intrínseco), com uma margem de segurança.
Para Benjamin Graham, o mercado era como um senhor emocional — o famoso Sr. Mercado, que todos os dias oferece preços diferentes pelas mesmas empresas — ora com otimismo irracional, ora com pessimismo exagerado.
“O Sr. Mercado está lá para te servir, não para te instruir.”
— Benjamin Graham
A estratégia de Graham consistia em comprar ações baratas, mesmo que fossem de empresas medianas. Era como procurar notas de R$1 sendo vendidas por R$0,50.
O salto de Buffett: qualidade acima do preço
Warren Buffett começou seguindo Graham ao pé da letra, comprando empresas baratas mesmo que fossem ruins — os famosos "charutos usados" (cigar butts).
“Com um charuto velho você ainda consegue uma última tragada. Mas isso não é agradável nem sustentável.”
— Warren Buffett, Carta de 1989
Com o tempo, e sob influência de Charlie Munger, Buffett mudou sua visão:
Percebeu que era muito mais lucrativo comprar empresas excelentes, com lucros previsíveis, boa gestão e vantagem competitiva durável — mesmo que isso exigisse pagar um pouco mais.
“É melhor comprar uma empresa maravilhosa a um preço justo do que uma empresa razoável a um preço maravilhoso.”
— Warren Buffett
Exemplo prático: Buffett e a Coca-Cola
Em 1988, Buffett investiu mais de US$ 1 bilhão na Coca-Cola. Na época, muitos analistas diziam que ela estava "cara".
Mas Buffett enxergou:
Uma marca global poderosa
Lucros previsíveis e crescentes
Capacidade de repassar preços
Modelo de negócio simples e resiliente
“Se você me der US$ 100 bilhões e me disser para tirar a Coca-Cola da cabeça das pessoas, eu devolvo o dinheiro. Não dá.”
— Warren Buffett
Hoje, a Coca-Cola continua pagando centenas de milhões de dólares em dividendos para a Berkshire Hathaway anualmente — e Buffett nunca vendeu.
O que Buffett procura em uma empresa
Segundo o livro Buffettology, as empresas ideais têm:
Lucros previsíveis e crescentes
Alta rentabilidade (ROE acima de 15%)
Baixo endividamento
Modelo de negócio compreensível
Vantagem competitiva durável (moat)
Boa gestão
Capacidade de reinvestir o lucro com eficiência
Preço abaixo do valor intrínseco
Buffett não se apressa. Ele espera o momento em que o mercado oferece uma empresa excelente por um preço razoável — e então compra para manter por décadas.
Por que essa estratégia continua funcionando?
O mercado ainda é movido por emoção, e não por lógica
A maioria ainda pensa no curto prazo
Empresas excelentes continuam raras — e valiosas
Investidores impacientes continuam perdendo para os disciplinados
“O mercado é um mecanismo de transferência de dinheiro dos impacientes para os pacientes.”
— Warren Buffett